De acordo com dados da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica do Brasil (SBCP), a busca por silicone ainda aparece em primeiro lugar na lista de cirurgias estéticas. Em 2016, foram feitas 288.597 operações, correspondente a 19,6% de todas as plásticas realizadas no país. As trocas de próteses entram nesse número. O médico Níveo Steffen, presidente da SBCP, garante que o efeito mais natural das mamas é uma tendência nos consultórios.
“O que se observa, hoje, de maneira geral, é que o conceito das mamas grandes passou, e isso tem a ver com o momento social [mulheres] atual. As próteses de 300 a 420 ml ficaram para trás. Atualmente, as mulheres buscam próteses menores, no máximo 280 ml.”
Na início do mês, Xuxa Meneghel precisou passar por uma cirurgia de emergência para trocar o silicone dos seus seios por conta de uma contratura capsular, ou seja, uma rejeição do corpo que provoca o endurecimento das próteses. Além da cirurgia ser o único caminho para resolver o problema, em alguns casos costuma provocar muita dor e requer acompanhamento médico.
No início do ano passado, a apresentadora passou pelo mesmo problema, com o agravante de uma das próteses ter virado –algo que pode ocorrer quando o tamanho muda. Na ocasião, ela tinha diminuído os implantes. “Está de um tamanho bom para a minha mão e para a mão do Junno”, brincou. Xuxa aderiu ao silicone logo após o nascimento de Sasha, em 1998, e na época ficou turbinada, seguindo o padrão do momento.
Abaixo veja o que é preciso saber sobre a colocação e a troca da prótese de silicone:
Preciso trocar as próteses?
A troca hoje em dia é indicada apenas nos casos de contratura capsular, quebra, mal posicionamento ou por questões estéticas – diminuir ou aumentar. “Os silicones atuais não têm mais prazo de validade”, diz o cirurgião plástico Ronaldo Soares, também membro da SBCP.
Steffen, no entanto, defende que as próteses ainda precisam ser substituídas a cada 10, 12 anos após a colocação. “Eventualmente algumas têm que ser trocadas antes, justamente por conta de possíveis problemas. A contratura capsular pode aparecer nos primeiros três meses. Esse tipo de cirurgia requer acompanhamento. Não é fazer e sumir”, alerta Níveo.
E se quiser diminuir o tamanho da prótese antes do tempo indicado para troca?
Nesse caso, é recomendado realizar uma mastopexia seguida da troca de próteses. O procedimento consiste na remoção do excesso de pele e reposicionamento do tecido mamário junto com a aréola para evitar que a peça “vire”. E então é feita a troca da prótese por uma menor. A recuperação costuma ser mais lenta, em comparação com outras cirurgias de implante de silicone, caso tenha que remover a pele, por exemplo, em vez de apenas colocar a nova prótese. Algo em torno de 20 dias.
Por que a contratura capsular acontece?
Não tem um motivo específico e também não é possível prever clinicamente ou laboratorialmente quem terá ou não. Faz parte do processo de cicatrização e depende do corpo de cada paciente, de como ele reagirá. “O índice de contratura capsular, no entanto, é baixo: cerca de 1%. No passado, quando as primeiras próteses foram criadas, a contratura chegava a 30%”, diz Steffen.
Tem como evitar a contratura capsular?
Uma forma de tentar evitar a contratura é colocar a prótese debaixo do músculo e optar por próteses menores de silicone, mas isso vai depender do corpo de cada paciente. “Sabe-se também que lavar as próteses com solução de antibiótico na hora do implante e introduzi-las com um plástico específico (keller funnel) reduzem a taxa de contratura”, diz o cirurgião plástico Ronaldo.
A prótese também pode virar. O que significa isso?
Trata-se também de uma reação inflamatória do organismo. É raro, mas acontece com maior frequência quando ocorre a mudança de um implante maior por um menor. A prótese fica com um espaço grande e aí vira.
Cuidados principais:
- A escolha do profissional, que deve ser membro da SBCP;
- Não deitar de barriga para baixo durante 60 dias;
- Nada de exercícios físicos que usem os membros superiores durante o primeiro mês;
- Evitar atrito, principalmente, batidas no local, durante 30 dias;
Fontes consultadas: Níveo Steffen, presidente da SBCP e o cirurgião plástico Ronaldo Soares.
Fonte: UOL - Universa