A cirurgia plástica brasileira é mundialmente conhecida pela sua excelência. Possuímos escolas médicas que formam cirurgiões plásticos de reconhecimento internacional. Somos o segundo país do mundo em número de cirurgias plásticas e isto se deve, também, ao perfil do povo brasileiro que cultua muito a estética e o corpo, especialmente por sermos um pais tropical.
A segurança do paciente sempre foi uma bandeira defendida por nós como algo inegociável, tanto que o I FÓRUM MUNDIAL DE SEGURANÇA, INTERCORRÊNCIA E DEFESA DA CIRURGIA PLÁSTICA, congregando representantes de 71 países, em novembro/2016, aconteceu por ocasião do 53º Congresso Brasileiro de Cirurgia Plástica. Também editamos a Resolução CFM nº 1.711/2003, normatizando critérios de segurança para lipoaspiração, em conjunto com o Conselho Federal de Medicina (CFM), após amplo e aprofundado estudo científico. É, portanto, com o intuito de preservar a imagem da cirurgia plástica brasileira e a segurança dos pacientes, que a SBCP – Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica - se posiciona quando ao alerta sobre a técnica de lipoenxertia nominada “Brazilian Butt Lift” (BBL), entendendo ser inadequada a nomenclatura por perigosa banalização de uma cirurgia complexa. A técnica do uso de enxerto de gordura na região glútea é consagrada e usada mundialmente na cirurgia plástica; porém, padrões de segurança de sérios estudos científicos recomendam, entre outros cuidados, volumes moderados de enxerto e a sua colocação no plano subcutâneo. Entendemos que a ligação direta deste procedimento à imagem da cirurgia plástica brasileira tem sentido figurado, já que a mulher brasileira tem a estética mundialmente conhecida pelas suas curvas, fruto a miscigenação; mas precisamos ter o cuidado de não fazer uma alusão alegórica a um procedimento cirúrgico com esta complexidade. É dever de todas as instituições e sociedades que norteiam a cirurgia plástica cuidarem da excelência nacional e internacional da nossa imagem, é este o compromisso maior da SBCP e, temos certeza, das entidades como a ASPS, ASAPS, ISAPS, IFATS E ISPRES que comungam da mesma opinião, principalmente no que tange à imprescindível questão da segurança dos nossos pacientes.
Niveo Steffen
Presidente da SCBP – Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica