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A busca pela imagem perfeita: insatisfação que leva à procura indiscriminada por cirurgias plásticas

Um dos principais problemas é quando há idealizações e a busca incessante por uma imagem perfeita; porém, inalcançável. Esse é o cenário que mais contribui para decisões perigosas. Divulgada em 9 de dezembro de 2020, a pesquisa global da Sociedade Internacional de Cirurgia Plástica Estética (ISAPS, sigla em inglês) apontou que o Brasil foi o país em que mais se fez cirurgias plásticas estéticas em 2019. Foram, ao todo, cerca de 1,5 milhões de procedimentos cirúrgicos no país. 

 

Os líderes da lista foram a lipoaspiração (15,5%), aumento de mama (14,1%) e abdominoplastia (10,4%), seguidas pela cirurgia da pálpebra (9,7%) e aumento de nádegas (7,7%). Casos nos quais as expectativas são condizentes com a realidade, havendo consciência dos riscos inerentes e sem expectativa de resultados irreais, há diversos benefícios aos pacientes. Entretanto, se houver idealizações ou se a pessoa estiver passando por problemas relacionados à saúde mental, realizar um procedimento cirúrgico estético não deve ser a saída. 

 

Antes de realizar uma cirurgia plástica estética, é fundamental que o profissional identifique a capacidade de o paciente lidar com frustrações, pois o procedimento não pode ser “uma fuga”. Desse modo, contar com uma equipe multidisciplinar é importante tanto para diagnosticar um transtorno dismórfico corporal, por exemplo. A avaliação clínica deve ser individualizada para cada paciente: é normal que pacientes cheguem ao consultório buscando o procedimento da moda, indicado por influenciadores nas redes sociais.Só que ele pode não ser adequado. Combater a banalização é bastante importante.

 

Médicos não podem realizar permutas ou sorteios, nem utilizar fotos de “antes e depois” com o objetivo de vender resultados surpreendentes. Após a notícia da morte de Liliane Amorim, influenciadora digital que sofreu complicações após uma lipoaspiração, o debate sobre o preço da beleza voltou às redes sociais. Muitas influenciadoras recebem ofertas de permuta em troca da divulgação, o que fere os Códigos de Ética Médica estabelecidos pelo Conselho Federal de Medicina (CFM).

 

O uso dessas imagens é extremamente perigoso, pois cria falsas expectativas, ainda mais quando há manipulação das fotos. Não existe milagre, mas ciência, responsabilidade e especialização. Por isso, sempre realize seus procedimentos com médicos confiáveis, qualificados e certificados pela SBCP.