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Álcool em gel pode desencadear queimaduras, entenda

Dois dedos das mãos ficaram atrofiados e ela ainda se recupera dos ferimentos. Com o uso frequente de álcool em gel por causa da pandemia, centros de tratamento de todo o país apontaram o aumento nas internações por queimaduras. Em geral, são situações em que pessoas higienizam suas mãos com o produto e logo depois se aproximam do fogo. Dados da SBQ (Sociedade Brasileira de Queimaduras) de centros de tratamento de 19 estados evidenciam que, desde 20 de março, 445 pessoas foram internadas com queimaduras relacionadas à substância.

A maior exposição do álcool no uso doméstico explica esse aumento brusco. Por isso, o álcool em gel deve ser usado somente quando a pessoa estiver na rua. A higienização em casa deve ser feita com água e sabão. A norma da Anvisa que flexibilizou a venda do álcool 70% vale até setembro, havendo uma pressão para que não seja prorrogada. A Anvisa, em nota, afirma desconhecer o aumento de acidentes envolvendo a substância. Além do produto ser mais inflamável, os frascos grandes podem explodir quando próximos ao fogo, causando queimaduras profundas.

Na Bahia, o centro do Hospital Geral do Estado tem o álcool 70% como a maior causa das internações por queimaduras. Até 2019, a água quente liderava, seguida de um conjunto de líquidos inflamáveis como etanol e gasolina. As internações subiram de 3 casos para 17 neste mês. É preciso lembrar que o álcool é inflamável. Opte sempre por lavar as mãos com água e sabão.

A SBP (Sociedade Brasileira de Pediatria) também alerta para o risco de acidentes com álcool envolvendo crianças. Além do perigo das queimaduras por fogo, a substância também pode causar ferimentos nos olhos. Isso se explica porque a substância machuca e remove o epitélio, camada superficial da córnea. A orientação é nunca deixar esses frascos próximos das crianças.